A Jornada de Pablo

De onde veio a história do livro
A jornada de Pablo

Neste vídeo, o autor Rafael Gonzaga conta como surgiu a ideia de escrever essa aventura

Sobre o processo de criação do livro

Criação do Projeto A Jornada de Pablo

Rafael Gonzaga é professor e doutor em História e há muito tempo queria criar uma história sobre a arte africana. Ele começou a pensar em escrever um livro para o público infantojuvenil ao perceber, durante seu trabalho em sala de aula, que não se encontram publicações sobre as expressões plásticas africanas para as crianças. O autor, assim, imaginou uma obra que divulgasse a grandeza dessas expressões, sua complexidade e sua história. Nesse sentido, a ideia inicial sempre foi criar uma história que tivesse como fio condutor a figura de Exu da cosmogonia iorubá, pois além de ser uma divindade extremamente importante no Brasil, também é central na mitologia do povo iorubá, além de ter um papel de mensageiro naquela forma de organizar o sensível, o mundo. O autor queria sobretudo apresentar um Exu criança, como uma forma de aproximar os leitores dessa entidade tão mal compreendida no Brasil.

Durante sua pesquisa de doutoramento, o autor compreendeu que a arte iorubá não pode ser pensada sem o encontro com o outro. E as personagens da história foram surgindo dessa vontade de escrever sobre a possibilidade de reconhecimento e compreensão do outro e da união em prol de um bem comum.

Rafael Gonzaga foi professor na escola Curumim de Campinas, uma escola que têm como referência as ideias pedagógicas de Celèstin Freinet. As pessoas que conheceu nesta escola, o corpo docente, coordenadores e direção o ensinaram que a melhor aula de história é aquela em que o aluno também conta suas histórias, em que cada componente curricular se transforma em uma aventura. É a partir dessa experiência que ele começou a criar histórias para esse universo complexo, que é o mundo infantojuvenil.

A Concepção Artística

A Jornada de Pablo é um livro infantojuvenil ilustrado pela designer e especialista em aquarela Poliana Fernandes. Para criar as ilustrações, trabalhou com muitas referências para criar os cenários e personagens, boa parte delas as próprias obras de arte iorubás, estátuas Ibejis, etc. Além disso, sempre teve em mente que as imagens, por mais contemplativas que fossem, deveriam trazer consigo uma sensação do sagrado e do significado que elas tem para as culturas que estão ali representadas. A intenção da ilustradora é de introduzir o leitor a esse novo universo, possibilitando ver as nuances e observar com cuidado as particularidades das esculturas e dos outros elementos ilustrados.

Materiais Utilizados para as ilustrações

Algumas Ilustrações

As Personagens

O Jovem Pablo

Pablo, é inspirado no pintor Pablo Picasso. O autor chegou até esse personagem após se deparar com um grafite durante uma viagem. Era um desenho grande, um personagem com uma cabeça enorme, olhos arregalados e uma boca feita apenas por uma linha curva. Era simples e, ao mesmo tempo, poderoso. Assim, se lembrou de uma frase do grande artista espanhol que dizia ser capaz de desenhar como Rafael (o pintor renascentista) com quinze anos, mas que demorou a vida inteira para aprender a desenhar como uma criança.

Além de ter sido um dos maiores artistas do século XX inventor de uma linguagem inovadora na pintura, Pablo Picasso também fora um dos artistas que apresentou as artes africanas ao mundo.

Exu

Exu, esta entidade tão importante aqui no Brasil quanto entre os iorubás (que vivem na região da África Ocidental), deveria ter um papel central, pois ele é uma espécie de mensageiro. É ele que leva as mensagens do mundo dos homens para o mundo dos espíritos e cobra somente reconhecimento. Exu está em tudo. Quando Olofin decidiu criar o mundo, Exu já existia no espaço vazio vivendo uma vida tranquila dentro de uma concha marinha.

Sr. Picot

O personagem antagonista Sr. Picot surgiu quando o autor leu o diário de um antropólogo francês chamado Michel Leiris, que junto com o também antropólogo chamado Marcel Griaule, percorreram parte do continente africano com seu caderno de anotação e, claro, suas máquinas fotográficas.

Conheça os Criadores do Projeto

Rafael Gonzaga

Rafael Gonzaga, 35 anos, escritor e historiador com mestrado e doutorado sobre as cosmogonias e arte africanas e a concepção de África imaginada pelas vanguardas europeias. Professor do ensino básico, encontrou uma interlocução muito sensível com crianças e adolescentes, apostando nesses jovens leitores a construção de novos conhecimentos sobre as áfricas. Atualmente tem trabalhado com curadoria e produções audiovisuais.

Poliana Fernandes

Poliana Fernandes, 24 anos é ilustradora e designer gráfica. Especialista em aquarelas já participou de exposições com sua série sobre plantas aquáticas. É professora de desenho infantil em Piracicaba, São Paulo.

Sobre a Editora

A LYRA é uma agência de projetos culturais que tem como foco a literatura, a música e as atividades formativas no campo das artes.

Somando as experiências de Cris Rangel, Lâmia Brito – artistas da palavra e produtoras culturais –, e Aline Neves, editora e historiadora, e pensando no hibridismo das artes como um todo e suas possibilidades, a LYRA desenvolve projetos que propõem diálogos entre diferentes áreas artísticas sem nunca esquecer da qualidade das apresentações.

Nosso trabalho é planejar, criar e realizar junto com os artistas do casting – que inclui escritores, poetas, comediantes, ilustradores, músicos, produtores musicais, etc. –, a atuar na venda e marketing, produzir espetáculos, publicar livros e, principalmente, nos divertir fazendo arte e auxiliando quem faz.

Novidades

Confira a Capa da Jornada de Pablo

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